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Pandemia: A oportunidade que nos faltava

Fernando Amaral, Sertanense, fala ao jornal A Comarca da Sertã da sua visão sobre a pandemia e de como pode ser uma oportunidade.
Pandemia: A oportunidade que nos faltava

OPINIÃO:
FERNANDO AMARAL
SERTANENSE, CHAIRMAN E CEO DO SENDYS GROUP

Neste tempo singular de pandemia que vivemos, bem como em outros momentos de crise, não faltam os fatalistas, que amplificam e se focam no problema imediato e não conseguem ver além dele, sobram os profetas da desgraça, que olham para o futuro e apenas vislumbram o que todos mais tememos, e, uns escassos otimistas inveterados. Com o meu otimismo moderado, prefiro aceitar o problema, focar-me na solução e trabalhar, determinado, para assegurar um futuro melhor para todos.

É este meu registo que me leva a afirmar que a pandemia será uma oportunidade única para a afirmação de concelhos do interior, como a Sertã. De que forma? Veremos já de seguida.

O momento que vivemos é o de maior incerteza das nossas vidas. Ainda assim, há uma certeza absoluta: com a pandemia, o mundo mudou. E irá mudar ainda mais.

A geopolítica ditará uma nova ordem mundial, onde a bamba União Europeia, Estados Unidos, Rússia e China encontrarão uma nova correlação de forças.

Parece-me muito claro, já hoje, que, de futuro, a localização de unidades produtivas será mais centralizada na Europa e as empresas tenderão a depender de menos fornecedores. A aldeia global de que todos falam será suportada, cada vez mais, pelas tecnologias de informação e comunicação, e menos pela proximidade que era dada pela eficiência das cadeias logísticas.

Estamos assim, também, no verdadeiro momento zero do que eu chamaria de capitalismo digital. Entrámos numa nova era de fazer negócios, estritamente assente em plataformas digitais.

Mas, de que forma esta conjuntura poderá beneficiar o interior do país, quando temos o mundo parado, o desemprego a caminho de valores históricos, falências e lay off a abrirem telejornais diariamente e se prevê uma crise económica e financeira que muitos já comparam à grande depressão de 1929?

Na minha opinião, que não é apenas de agora, conseguimo-lo em duas fases. Primeira: deixarmos de ser fatalistas. Abandonarmos um discurso de autocomiseração, que nos torna inimigos de nós próprios, nos apouca e nos puxa para trás.

Segunda: pormos mãos à obra, acreditarmos, aceitarmos a interioridade e capitalizarmo-la como uma vantagem competitiva. Afinal, o impacto da pandemia no nosso país, centra-se a norte e litoral, sendo que o concelho da Sertã é dos que tem menor número de casos positivos. Temos a genuinidade dos produtos e gentes, património paisagístico, cultural, gastronómico e outros que são singulares.

Este, é o nosso momento! Uma oportunidade única para fazer uma viragem histórica no concelho. Se as empresas nacionais, ou mesmo multinacionais, deslocalizam a produção internacional para a Europa, a Sertã tem de apresentar a sua oferta e proposta de valor.

Se famílias, portuguesas ou estrangeiras, procuram qualidade de vida, estão já na era a que chamei capitalismo digital, e trabalham em sectores nos quais a localização do escritório não é relevante, a Sertã tem de lhes apresentar a sua oferta. É tempo também de reter e atrair talento e pessoas altamente qualificadas que dinamizem as terras do concelho.

É nesta nova conjuntura internacional, nacional e local, na qual os dados estão a ser relançados, que vamos descobrir se os políticos que elegemos estão à altura do desafio. Porque, se queremos o melhor médico para a nossa operação, o melhor e mais experiente piloto para o nosso avião, temos também agora de exigir que os nossos políticos tenham visão, sejam audazes e competentes.

Mas o caminho não se faz apenas com políticos competentes. Chegou o momento de, todos juntos, nos focarmos na solução e trabalharmos para um futuro promissor do concelho.

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